23 abril 2007

Joãozinho apresenta: A batata roxa

Joãozinho comprou uma batata roxa. Sim, era batata. E sim, era roxa.

Mas não era roxa só por fora. Era roxa por dentro também. Parecia uma beterraba, mas era um pouco mais clara. E tinha gosto de batata mesmo.

Mas não pergunte onde Joãozinho comprou a batata roxa, ele não conta pra ninguém. Um dia, simplesmente levou pra casa e deu para sua mãe. “Uma batata roxa, Joãozinho?!” – disse ela. “O que eu vou fazer com uma batata roxa?” – continuou. “Batata-frita roxa” – disse Joãozinho, sem hesitar.

Mas sua esperança durou pouco. Sua mãe mandou que ele enterrasse a batata roxa bem longe, pois ela poderia estar contaminada.

Joãozinho enterrou a batata roxa no vilarejo mais próximo e nunca mais falou sobre aquilo com a sua mãe.

Até hoje, Joãozinho sonha em comer batata-frita roxa. Mas outra batata como aquela ele nunca mais encontrou.

10 abril 2007

hahaha

Uma releitura sobre o meu blog. :D hahaha
Os olhos são meus

A flor não é mais do meu amor

Marisa falou: “Essa foi a última vez. A última gota caiu, e a última pétala não existe mais.”.

Ela ficava sempre ali na janela. Uma pequena violeta daquelas que duram anos. A tia da avó ganhou do Seu Ronaldinho, que era sensação entre as mocinhas.

Ninguém nunca entendeu como ela durou tanto tempo. E Marisa não entendia porque bem na vez dela a violeta viraria cinzas.

A questão é que Janete roubou o namorado de Marisa, e a violeta não tinha mais razão para existir. Porque a violeta deveria representar o amor da mais nova geração da família. Marisa havia feito juras de amor ao seu respectivo. Mas, agora, tudo estava acabado.

O que ninguém sabe é que junto com a terra jogada fora, ficou um restinho de raiz com um restinho de vida com um restinho de amor.

09 abril 2007

O pastel do português

O português morou desde que nasceu ao lado de uma barraquinha de pastel de chinês. Todas as manhãs, cumprimentava o chinês, desde que nasceu.

A partir dos 7 anos, sua mãe passou a permitir que ele comesse frituras. Todos os sábados e domingos, ele comia pastel, desde os 7 anos.

Aos 13 anos, o português começou a sentir inveja do chinês. Desejava mais do que comer pastéis, desejava ter sua própria barraquinha, desde os 13 anos.

Aos 18 anos, o portuga começou a comprar do chinês não só os pastéis de sábados e domingos, mas a massa de pastel, com a desculpa de que fritaria na casa de sua avozinha doente.

E ao lado da casa de sua avozinha, que de doente não tinha nada, o português abriu sua própria barraquinha. Com apenas uma mesa velha, dois banquinhos e sua avozinha como atendente, o portuga começou a fazer sucesso. Ele fritava e a avozinha vendia. Começaram a vender para os vizinhos da rua, do quarteirão, do bairro inteiro.

Aos 20 anos, o português vendia pastéis para a cidade inteira. E sua avozinha era a avozinha mais cobiçada da cidade.

Aos 22 anos, o português começou a vender pastel de bacalhau. Desde os 22 anos, só ele, a avozinha e o chinês comem o seu pastel.