Joãozinho comprou uma batata roxa. Sim, era batata. E sim, era roxa.
Mas não era roxa só por fora. Era roxa por dentro também. Parecia uma beterraba, mas era um pouco mais clara. E tinha gosto de batata mesmo.
Mas não pergunte onde Joãozinho comprou a batata roxa, ele não conta pra ninguém. Um dia, simplesmente levou pra casa e deu para sua mãe. “Uma batata roxa, Joãozinho?!” – disse ela. “O que eu vou fazer com uma batata roxa?” – continuou. “Batata-frita roxa” – disse Joãozinho, sem hesitar.
Mas sua esperança durou pouco. Sua mãe mandou que ele enterrasse a batata roxa bem longe, pois ela poderia estar contaminada.
Joãozinho enterrou a batata roxa no vilarejo mais próximo e nunca mais falou sobre aquilo com a sua mãe.
Até hoje, Joãozinho sonha em comer batata-frita roxa. Mas outra batata como aquela ele nunca mais encontrou.
23 abril 2007
10 abril 2007
A flor não é mais do meu amor
Marisa falou: “Essa foi a última vez. A última gota caiu, e a última pétala não existe mais.”.
Ela ficava sempre ali na janela. Uma pequena violeta daquelas que duram anos. A tia da avó ganhou do Seu Ronaldinho, que era sensação entre as mocinhas.
Ninguém nunca entendeu como ela durou tanto tempo. E Marisa não entendia porque bem na vez dela a violeta viraria cinzas.
A questão é que Janete roubou o namorado de Marisa, e a violeta não tinha mais razão para existir. Porque a violeta deveria representar o amor da mais nova geração da família. Marisa havia feito juras de amor ao seu respectivo. Mas, agora, tudo estava acabado.
O que ninguém sabe é que junto com a terra jogada fora, ficou um restinho de raiz com um restinho de vida com um restinho de amor.
Ela ficava sempre ali na janela. Uma pequena violeta daquelas que duram anos. A tia da avó ganhou do Seu Ronaldinho, que era sensação entre as mocinhas.
Ninguém nunca entendeu como ela durou tanto tempo. E Marisa não entendia porque bem na vez dela a violeta viraria cinzas.
A questão é que Janete roubou o namorado de Marisa, e a violeta não tinha mais razão para existir. Porque a violeta deveria representar o amor da mais nova geração da família. Marisa havia feito juras de amor ao seu respectivo. Mas, agora, tudo estava acabado.
O que ninguém sabe é que junto com a terra jogada fora, ficou um restinho de raiz com um restinho de vida com um restinho de amor.
09 abril 2007
O pastel do português
O português morou desde que nasceu ao lado de uma barraquinha de pastel de chinês. Todas as manhãs, cumprimentava o chinês, desde que nasceu.
A partir dos 7 anos, sua mãe passou a permitir que ele comesse frituras. Todos os sábados e domingos, ele comia pastel, desde os 7 anos.
Aos 13 anos, o português começou a sentir inveja do chinês. Desejava mais do que comer pastéis, desejava ter sua própria barraquinha, desde os 13 anos.
Aos 18 anos, o portuga começou a comprar do chinês não só os pastéis de sábados e domingos, mas a massa de pastel, com a desculpa de que fritaria na casa de sua avozinha doente.
E ao lado da casa de sua avozinha, que de doente não tinha nada, o português abriu sua própria barraquinha. Com apenas uma mesa velha, dois banquinhos e sua avozinha como atendente, o portuga começou a fazer sucesso. Ele fritava e a avozinha vendia. Começaram a vender para os vizinhos da rua, do quarteirão, do bairro inteiro.
Aos 20 anos, o português vendia pastéis para a cidade inteira. E sua avozinha era a avozinha mais cobiçada da cidade.
Aos 22 anos, o português começou a vender pastel de bacalhau. Desde os 22 anos, só ele, a avozinha e o chinês comem o seu pastel.
A partir dos 7 anos, sua mãe passou a permitir que ele comesse frituras. Todos os sábados e domingos, ele comia pastel, desde os 7 anos.
Aos 13 anos, o português começou a sentir inveja do chinês. Desejava mais do que comer pastéis, desejava ter sua própria barraquinha, desde os 13 anos.
Aos 18 anos, o portuga começou a comprar do chinês não só os pastéis de sábados e domingos, mas a massa de pastel, com a desculpa de que fritaria na casa de sua avozinha doente.
E ao lado da casa de sua avozinha, que de doente não tinha nada, o português abriu sua própria barraquinha. Com apenas uma mesa velha, dois banquinhos e sua avozinha como atendente, o portuga começou a fazer sucesso. Ele fritava e a avozinha vendia. Começaram a vender para os vizinhos da rua, do quarteirão, do bairro inteiro.
Aos 20 anos, o português vendia pastéis para a cidade inteira. E sua avozinha era a avozinha mais cobiçada da cidade.
Aos 22 anos, o português começou a vender pastel de bacalhau. Desde os 22 anos, só ele, a avozinha e o chinês comem o seu pastel.
Assinar:
Postagens (Atom)